O projeto Memória Climática das Favelas é uma iniciativa inovadora de história oral desenvolvido por onze museus e coletivos comunitários de favelas da Rede Favela Sustentável do Rio de Janeiro. A Exposição Memória Climática das Favelas é uma instalação física composta por documentário, banners, linha do tempo interativa, mapa e o "Poço de Memórias", resultado de histórias orais coletadas por grupos locais por meio de 1.145 depoimentos compartilhados por 382 participantes de rodas de conversa realizadas em 10 favelas entre 2023 e 2024. A exposição completa foi inaugurada em 2025.

Representando as três maiores favelas da cidade (Rocinha, Rio das Pedras e Maré), favelas marcadas por impactos climáticos severos (Acari, Vidigal e Pavão-Pavãozinho/Cantagalo), outras que se tornaram destinos de populações deslocadas pelo clima (Antares e Cidade de Deus) e comunidades com projetos que são exemplos exemplares de convivência com a natureza (Horto e Penha), quatro perguntas nortearam as discussões de cada comunidade: O que são as mudanças climáticas?; Como se deu a ocupação e qual é a relação do território com o clima/natureza?; Como questões climáticas e ambientais dialogam com o direito e acesso à moradia?; Quais saberes a comunidade já desenvolveu para responder aos desafios impostos pela natureza e pelo clima?.


Sobre as Rodas de Memória Climática

A exposição reúne conhecimentos registrados durante 10 rodas de discussão sobre memória climática realizadas pelos museus de favela do Rio de Janeiro em suas comunidades entre 2023 e 2024: Museu Sankofa (Rocinha), Núcleo de Orientação e Pesquisa Histórica de Santa Cruz (Antares), Museu de Favela (Pavão-Pavãozinho/Cantagalo), Núcleo Memórias do Vidigal (Vidigal), Museu da Maré (Maré), Alfazendo (Cidade de Deus), Centro de Integração da Serra da Misericórdia (Complexo da Penha), Museu Horto (Horto), Fala Akari (Acari) e Conexões Periféricas (Rio das Pedras).

O formato de roda de conversa – ‘grupo focal’ na terminologia das ciências sociais – foi escolhido não só pela sua elevada eficácia na obtenção de informação como ferramenta de investigação, mas também pelo seu papel como espaço de empoderamento local através da construção coletiva de conhecimento e compreensão mútua.

Quatro questões norteadoras moldaram as reflexões durante esses encontros:

  • O que são as mudanças climáticas?

  • Como se deu a ocupação e qual é a relação do território com o clima/natureza?

  • Como questões climáticas e ambientais dialogam com o direito e acesso à moradia?

  • Quais saberes a comunidade já desenvolveu para responder aos desafios impostos pela natureza e pelo clima?

As rodas de memória climática realizadas nessas dez favelas foram espaços para depoimentos poderosos. Sempre partindo da relação dos moradores com a natureza, as rodas trouxeram à tona uma ampla gama de memórias — marcadas tanto pela ternura quanto pela luta. Embora muitos dos depoimentos compartilhassem experiências dolorosas, dentro da roda, essa dor foi reelaborada como uma força motriz para a transformação social e o empoderamento.

Fotografias das rodas de conversa em cada museu/coletivo de memória:

ÁLBUM da Construção do 'Memória Climática das Favelas'

Assista ao documentário “Memória Climática das Favelas”, exibido na exposição:

Sobre a Exposição

Juntos, a partir das experiências de vida e dos dados coletados, os coletivos de museologia social da Rede Favela Sustentável projetaram uma exposição para dar luz e voz às descobertas feitas durante as rodas, convidando o público a refletir sobre a pluralidade e a profunda interconexão das memórias climáticas das favelas da cidade.

Surgiu a proposta de uma linha do tempo rica em detalhes, com painéis coloridos representando as principais datas identificadas durante os círculos, banners destacando depoimentos impactantes dos moradores de cada círculo, um documentário reunindo depoimentos de diversas favelas em torno dos principais temas discutidos, a comovente instalação "Poço de Memórias", com quase 300 fotografias das comunidades participantes, e um mapa interativo costurado à mão, onde os visitantes podem compartilhar suas próprias memórias.

Os materiais codificados por cores refletem a comunidade que contribuiu com cada registro histórico: tons de azul representam a Zona Norte da cidade, tons terrosos a Zona Sul e tons de verde a Zona Oeste. Em ordem cronológica, a linha do tempo apresenta eventos-chave na história das favelas — e, na prática, de toda a cidade — do século XVI a 2024.

No centro da instalação está o “Poço das Memórias”, onde os visitantes podem manusear 265 fotos legendadas das favelas participantes.

Percorra as fotografias dos materiais da exposição durante o lançamento completo da exposição, que ocorreu em 3 de maio de 2025:

Estruturas da Exposição Memória Climática das Favelas: linha do tempo, banners, documentário e poço das memórias
Leia a Cobertura do Jornal Britânico The Guardian Traduzida sobre o Projeto!

Confira nosso vídeo do lançamento da exposição em 3 de maio de 2025:

Leia Mais Sobre Esse Dia Histórico!

 Exposições nas Comunidades Anfitriãs

A exposição também passou por Acari entre 16 a 29 de agosto de 2025. Leia mais na cobertura completa! Também, assista ao vídeo!

A exposição esteve presente no Museu da Maré entre 3 de maio e 30 de julho de 2025. Leia mais na cobertura completa!

A exposição esteve presente no Centro Cultural de Santa Cruz entre 1o e 31 de março de 2024. Leia mais na cobertura completa!

A exposição esteve presente no Museu de Favela entre 29 e 30 de novembro de 2023.


 Exposição Inaugural no Museu das Remoções

Veja como foi a nossa exposição com as primeiras 5 rodas de 2023: Quando Memórias Se Encontram: Rede Favela Sustentável Lança Exposição ‘Memória Climática das Favelas’
Matéria, fotografias e vídeo da exposição inaugural no Museu das Remoções


Materiais e Interações Disponíveis

A exposição ’Memória Climática das Favelas’é composta pelos seguintes materiais, além do vídeo acima, que podem ser solicitados conforme as instruções abaixo.

Conteúdo dos Banners:

  • Texto Curatorial

  • Rodas de Memória Climática 2023 e 2024

  • Roda de Memória Climática no Museu da Maré

  • Roda de Memória Climática no Museu de Favela

  • Roda de Memória Climática no Museu Sankofa Rocinha

  • Roda de Memória Climática no NOPH em Antares

  • Roda de Memória Climática no Núcleo de Memórias do Vidigal

  • Roda de Memória Climática na Cidade de Deus do Alfazendo

  • Roda de Memória Climática no Museu do Horto

  • Roda de Memória Climática em Rio das Pedras do Conexões Periféricas

  • Roda de Memória Climática na Penha do Centro de Integração Serra da Misericórdia

  • Roda de Memória Climática em Acari do Fala Akari

Veja os banners completos!
    • 60 placas entre o século XVI e 2024 com cores fazendo identificação da comunidade-referência entre as 10 que fizeram parte da pesquisa.

    • Linha do tempo pode ser segurada por varais de bambu com corda de sisal (altura 3m) em suportes de ferro, formando pentágonos com 5 placas entre cada varal e seu próximo.

Veja a linha do tempo completa!
  • Poço de memórias

  • Poço artesanal produzido pela artesã Evânia de Paula (Núcleo de Memórias do Vidigal).

  • Inclui mais de 265 fotografias históricas enumeradas das 10 comunidades contempladas, para serem manuseadas, com descrições no verso.

  • Tamanho: 2,10m altura por 1,10m de largura

  • Localizado no meio da linha do tempo.

  • Mapa interativo produzido pela artesã Marli Damascena (Museu da Maré)

  • Tamanho 120x200cm.

  • Mapa em canvas com linhas coloridas demarcando 10 áreas de planejamento do município do Rio de Janeiro com materiais para estimular público a interagir com o mapa, deixando recados, compartilhando memórias.

  • Material extra necessário: post-its, papel, canetas, etc.

  • Localização: em cima de superfície/mesa limpa

  • Tamanho: 50x70cm.

  • Papel fotográfico.

  • 1 mapa pode ser disponibilizado para a exposição.

  • Cópias podem ser solicitadas para venda, R$75 cada (2 semanas de aviso).

  • Localização: colada em parede limpa.

Acesse aqui o Mapa de Museus e Projetos de Memória
  • Peça de teatro "Penha" (45 minutos)

  • Precisa ser solicitado diretamente à Nathalia Macena e Fernanda dos Santos, do coletivo Por um Triz.

  • Com uma expressão teatral forte e contundente, a peça relembra, em cena, os momentos onde angústias e esperanças tomavam conta de Maria da Penha, mãe de Nathalia, na luta contra a remoção da Vila Autódromo. Após a encenação é realizada uma roda de conversa. 

  • Rede de pesca do Museu da Maré

  • Precisa ser solicitado por fora do Museu da Maré.

  • Opção: colocar placa "O que a rede significa para você? e convidar ao público a colocar recados com pregadores.

  • Material extra necessário: lugar para pendurar, pregadores, canetas e papel.


Diretrizes para Solicitação de Atividade e Material por Carta-Convite

Para convidar à exposição de Memória Climática das Favelas a participar de sua atividade/espaço/evento, orientamos que envie uma carta oficial de convite por email para rede@favelasustentavel.org que será levada para o coletivo do GT de Memória Climática da RFS para consideração. Um retorno será dado dentro de um mês.

Esta carta deve contemplar: 

  • (1) nome do evento, quem está organizando/convidando (departamento, pessoas, instituição), e qual a expectativa de público (quantas pessoas e quem são?);

  • (2) data(s) e horário(s) do evento;

  • (3) localização e formato do evento;

  • (4) o porquê do convite, qual é a proposta do evento e como dialoga com a exposição de memória climática;

  •  (5) quais atividades/materiais acima listados estão sendo solicitados e como pretende incorporá-los;

  • (6) quantos e quais integrantes do coletivo estão sendo convidados a falar/apresentar, se for um integrante de cada museu (ou se não, qual perfil), e formato de apresentação que estão prevendo;

  • (7) se poderão realizar o frete seguro do material antes e entregá-lo depois, em Santa Teresa;

  • (8) qual o valor de auxílio-viagem e honorários que poderá ser oferecido aos participantes;

  • (9) se poderão ou não arcar com o custo de aluguel diário do material e/ou depósito de segurança; e

  • (10) se um certificado ou declaração será entregue aos participantes após o evento.

Acesse aqui as orientações para solicitação de exposição e/ou palestrantes do projeto