Favela no Centro das Soluções: Retrospectiva 2024 da Rede Favela Sustentável
Vídeo 2024
2024 foi um ano de conquistas e marcos históricos para a Rede Favela Sustentável!
Completamos o ciclo de 10 Rodas de Memória Climática das Favelas e finalizamos as apresentações locais de dados sobre justiça hídrica e energética em 15 territórios. Esse trabalho culminou em um momento marcante: a presença da Comitiva da RFS Rumo a Brasília pela Energia Justa.
Durante a Semana da Energia, nossas vozes ecoaram em defesa de uma transição energética justa, colocando as favelas no centro das decisões nacionais sobre sustentabilidade e justiça climática. Outro grande destaque foi o 1o Festival Favela Sustentável: Favela no Centro das Soluções, uma celebração inédita do protagonismo das favelas. Com feiras, oficinas, apresentações culturais e atividades gratuitas, o festival mostrou que as favelas produz diversas soluções para um futuro sustentável.
Além disso, 2024 contou com iniciativas como a série de matérias sobre os rios de favelas, oficina de audiovisual para o GT Jovem da RFS, e a sistematização do eixo de soberania alimentar, tivemos destaque na mídia nacional e internacional e nos conectamos com diversos novos parceiros institucionais, nos engajando em eventos importantes, como o 13° Filmambiente, LivMundi e o lançamento da publicação Soluções Baseadas na Natureza nas Periferias.
Assista à nossa retrospectiva de 2024 e reviva esses momentos únicos que marcaram este ano!
Justiça Hídrica e Energética nas Favelas de Mesquita: RFS Lança Dados de Jacutinga/Coréia/Cosmorama [Vídeo]
Este vídeo traz a apresentação de dados de água e luz, coletados a partir da pesquisa realizada por lideranças e jovens mobilizadores das comunidades Coréia, Cosmorama e Jacutinga em Mesquita, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O evento aconteceu no dia 22 de março de 2023 e contemplou o lançamento do relatório "Justiça Hídrica e Energética nas Favelas: Levantando Dados Evidenciando a Desigualdade e Convocando para Ação—Mesquita", com os dados resultantes da pesquisa nas comunidades.
Por ter sido uma atuação colaborativa com a juventude, os próprios jovens que percorreram suas comunidades, dialogando com vizinhos e coletando dados valiosos, apresentaram os dados locais, seguidos pelas lideranças comunitárias, que trouxeram propostas e articulações surgidas a partir da pesquisa. Com público aproximado de 100 participantes, entre moradores de comunidades de Mesquita, gestores públicos locais e especialistas nos temas de água e luz, a apresentação aconteceu no auditório da Prefeitura de Mesquita, resultando em um diálogo potente sobre as questões de acesso, qualidade e eficiência da água e luz que chegam nas casas e ruas das comunidades.
O evento foi organizado pela Associação de Mulheres de Edson Passos (AMEPA/Cosmorama), Centro Social Fusão (Jacutinga) e Núcleo de Educação Popular e Social de Economia Solidária (NESPES/Coréia), que são integrantes do Painel Unificador de Favelas e da Rede Favela Sustentável e participaram do curso “Pesquisando e Monitorando a Justiça Hídrica e Energética nas Favelas”, com pesquisa realizada em 15 comunidades de cidades da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, dentre elas, Mesquita.
Leia a matéria: https://bit.ly/LancamentoRFSMesquitaROW
1o Intercâmbio Nacional da Rede Favela Sustentável (Português)
No dia 06 de junho aconteceu o primeiro Intercâmbio Nacional da Rede Favela Sustentável, com a presença de 155 pessoas, de 23 estados e 09 países, no Zoom. Contamos com mobilizadores de seis estados do Brasil—Bahia, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo—além da grande rede de mobilizadores comunitários das favelas do Grande Rio trocando sob o tema: Tecendo Sustentabilidade e Ampliando Saberes com Favelas, Quilombos e Aldeias.
Veja quem foram os convidados especiais, suas comunidades e projetos:
Almir Narayamoga Suruí — Projeto de Carbono Suruí — Terra Indígena Sete de Setembro, em Cacoal, RO
Ben Hur Flores — Projeto Anjos e Querubins –– Pelotas, RS
Jam Sankofa — AfroCiclos — Salvador, BA
'Lia Esperança' (Maria de Lourdes Andrade de Souza) — Vila Nova Esperança, São Paulo, SP
Maria Luiza Nunes — Quilombo Boca da Mata, Ilha do Marajó, PA
'Tata Luandenkossi' (Marinho Rodrigues) — Grupo de Preservação da Cultura Negra Dilazenze e a Associação Gongombira de Cultura e Cidadania – Ilhéus, BA
'Ticote' (Francisco Xavier Sobrinho) — Associação de Moradores do Pouso da Cajaíba — Cajaíba, Paraty, RJ
O evento contou com uma roda de apresentações dos sete convidados, uma roda de debates a partir de quatro eixos: 1) Justiça Climática, 2) Moradia Sustentável, 3) Soberania Alimentar e 4) Educação Socioambiental e uma roda cultural, que finalizou o encontro.
A fim de democratizar o evento, contamos com interpretação simultânea para telespectadores em inglês e espanhol.
Mutirão de Plantio e Revitalização da Horta Atitude Sustentável, no Salgueiro, Engaja Mobilizadores da Rede Favela Sustentável
Em 22 de janeiro de 2023, durante todo o domingo, na horta comunitária da Biblioteca Jurema Gomes Batista, no Morro do Salgueiro, a Rede Favela Sustentável (RFS)* realizou sua primeira atividade presencial do ano: um mutirão de plantio.
O mutirão contou com a presença de 32 pessoas, sendo destes 22 mobilizadores comunitários integrantes da RFS, de diversas favelas do Grande Rio representando organizações como o Movimento de Mulheres Maria Pimentel Marinho (MMMPM), Núcleo de Educação Popular e Economia Solidária de Mesquita (NESPES), Teto Verde Favela, Planta na Rua, Conjunto Esperança, Associação de Moradores do Salgueiro, Projeto Ricardo Barriga, Alfazendo, Rosa Reviver, Teia dos Povos, ONG Ser Alzira de Aleluia, Embrapa Solos e Conexão Penetra.
O resultado do mutirão foi a criação de dois novos canteiros de plantas alimentícias, o reforço das delimitações do entorno da Horta Comunitária Atitude Sustentável, como foi batizada pelos moradores, a retirada de resíduos sólidos descartados próximos à horta e o plantio de plantas ornamentais ao redor do espaço. As ações foram direcionadas por Denise Santos, mobilizadora comunitária que atua na educação ambiental e popular das crianças do morro. A horta, como um espaço anexo à Biblioteca Jurema Gomes Batista, vai possibilitar o maior envolvimento das crianças que participam do clube de leitura, realizam reforço escolar e aprendem sobre a história do território, além de fornecer gratuitamente alimentos saudáveis e de qualidade para a comunidade.
“A função da horta é servir a comunidade. Tudo o que for produzido na horta será doado para a comunidade e para as famílias que estão em risco alimentar, que não têm uma alimentação saudável no dia a dia [e] precisam de alimento natural, sem agrotóxico.” — Denise Santos
Conheça o Curso ‘Pesquisando e Monitorando a Justiça Hídrica e Energética nas Favelas’
O curso ‘Pesquisando e Monitorando a Justiça Hídrica e Energética nas Favelas’ foi idealizado no âmbito das discussões do Painel Unificador das Favelas e da Rede Favela Sustentável, ambas iniciativas realizadas por uma rede de coletivos comunitários, ambas redes articuladas pela Comunidades Catalisadoras (ComCat).
Havendo percebido a importância existencial que teve às próprias favelas coletarem dados para incidência durante a pandemia, o curso foi construído com o objetivo de desmistificar o processo de coleta e compreensão de dados e garantir o controle na geração de dados elos próprios territórios, mirando a incidência política. O tema definido para o curso inaugural foi justiça hídrica e energética, pela natureza fundamental de ambos para o pleno desenvolvimento e inclusão das favelas.
O curso, realizado entre março e setembro de 2022, contou com a participação de 30 jovens e 15 lideranças de comunidades do Grande Rio, e passou pelos seguintes módulos: (1) a importância de pesquisa por e nas favelas, (2) o que é justiça energética e hídrica em relação aos temas de acesso, qualidade e eficiência, (3) a definição dos indicadores de acordo com prioridades dos territórios, (4) a coleta de dados em campo, (5) a análise e compreensão de dados e identificação de dados-chave, (6) como incidir politicamente com os dados coletados, (7) como realizar a relatoria, tanto popular quanto técnica, e (8) como comunicar os dados para os devidos fins, de incidência política e conscientização popular.
Além da formação de jovens e lideranças comunitárias em coleta, análise e divulgação de dados e tópicos de justiça energética e hídrica aplicados às realidades locais, mostramos como através da implementação de uma metodologia de co-criação e co-gestão na montagem e aplicação do questionário, pesquisas realizadas por moradores podem ser mais robustas do que as realizadas por instituições externas. Seja pela maior abertura dos vizinhos e interesse nos resultados; pela capacidade de trazer contexto e vivência prática para os dados coletados, promovendo a maior compreensão do do “por quê?” atrás dos dados; ou pela vontade de fazer valer os resultados coletados na parte dos envolvidos, para reivindicar mudanças.
5º Grande Encontro da Rede Favela Sustentável: Reencontros, Conexões, Definições e Ancestralidade no Morro do Salgueiro
Em 27 de novembro de 2022, durante todo o domingo, na quadra do Bloco Carnavalesco Raízes da Tijuca, no Morro do Salgueiro, na Zona Norte do Rio de Janeiro, a Rede Favela Sustentável (RFS)* teve o seu primeiro Grande Encontro anual presencial desde 2019. Devido às medidas preventivas contra o coronavírus, como o isolamento social, nos anos mais críticos da pandemia, em 2020 e 2021, a RFS e todas as suas atividades permaneceram online, inclusive seu tradicional Grande Encontro Anual, para resguardar a saúde de seus integrantes.
O 5º Grande Encontro da RFS contou com a presença de 153 participantes e proporcionou uma rica troca de conhecimento e fortalecimento das qualidades sustentáveis das favelas e quilombos do Rio de Janeiro, principalmente por seus mobilizadores comunitários que compartilharam experiências sobre seus projetos e sua relação com o tema do ano: justiça climática. Também foi crucial a participação da própria comunidade do Salgueiro, que abriu sua casa para acolher a Rede com imenso afeto, aliados técnicos da RFS, e a equipe da Comunidades Catalisadoras (ComCat)*.
Vivenciando a Rede Favela Sustentável (2022 Retrospectiva)
Vídeo 2022
Em 2022, a Rede Favela Sustentável pôde vivencia a energia das atividades presenciais novamente, ganhando força com recursos novos para o início do Projetão de Justiça Climática nas Favelas.
O Vale Encantado concretizou a implantação de um biossistema para tratamento de esgoto e painéis solares na comunidade, com repercussão internacional. O CEM (Centro de Integração da Serra da Misericórdia) realizou o intercâmbio sobre soberania alimentar. E ainda a Cooperativa Transvida realizou um intercâmbio sobre reciclagem de resíduos sólidos na Vila Cruzeiro.
Além disso, as comunidades do Salgueiro e Trapicheiros foram anfitriões para o curso de Mobilização Socioambiental facilitado pelo Alfazendo (Cidade de Deus). A RFS e o PUF (Painel Unificador das Favelas) realizaram o curso de pesquisa que resultou no relatório 'Justiça Hídrica e Energética nas Favelas: Levantando Dados, Evidenciando a Desigualdade e Convocando para Ação', que reúne dados inéditos e impactantes sobre água e luz nas favelas.
A RFS ainda capacitou lideranças para a replicação do projeto Teto Verde Favela (Arará) no Centro Comunitário Irmãos Kennedy (Vila Kennedy).
O Que É Morar e Plantar na Favela? Intercâmbio da Rede Favela Sustentável com o Centro de Integração da Serra da Misericórdia Planta Sementes da Soberania Alimentar na Favela
CEM
"Quando a gente fala de uma área verde na favela, a gente está falando de bem-viver e de construir outras alternativas para viver bem neste local!” — Ana Santos, coordenadora do CEM
A Serra da Misericórdia, o último e maior remanescente de floresta na Zona Norte do Rio de Janeiro, recebeu no dia 6 de agosto o primeiro intercâmbio presencial pós-pandemia organizado pela Rede Favela Sustentável. O anfitrião da troca de saberes entre lideranças comunitárias de toda a região metropolitana foi o CEM - Centro de Integração na Serra da Misericórdia, na Terra Prometida, comunidade do Complexo da Penha.
O intercâmbio emocionante no CEM gerou em torno do tema da soberania alimentar, instigado por Ana Santos e dos demais integrantes da instituição que atua na produção de alimentos agroecológicos em diversos quintais produtivos do Terra Prometida, nas área desmatadas do entorno, e também na sua sede comunitária e casa de apoio da organização.
Rede Favela Sustentável Organiza Intercâmbio no Dia Mundial da Limpeza com Cooperativa de Reciclagem Transvida na Vila Cruzeiro [VÍDEO]
No Dia Mundial da Limpeza, integrantes da Rede Favela Sustentável se uniram na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, para apoiar a Cooperativa Transvida no CIEP Brandão Monteiro, para um dia focado em resíduos sólidos.
Foram realizadas oficinas sobre compostagem, produção de artesanato reciclado, jardinagem vertical, entre outras, com 113 pessoas presentes. A primeira cartilha para membros da RFS foi lançada em apoio à Cooperativa Transvida, com integrantes da rede distribuindo mais de 100 exemplares enquanto andavam pela comunidade ao final das atividades do dia.
“Temos que conscientizar as pessoas a separar todos os seus resíduos, não só os adultos, como também as crianças. Cada um deve ter responsabilidade sobre seus resíduos, que a gente chama de lixo, mas não é lixo, são resíduos!” — Dona Josefa do Verdejar Socioambiental .
Acesse a Cartilha da Cooperativa Transvida e leia a matéria do evento na íntegra!
Pesquisar Também É ‘Nós Por Nós’! Lideranças e Jovens de 15 Comunidades Convidam para Coletiva de Imprensa e Lançamento do Relatório ‘Justiça Hídrica e Energética nas Favelas’ [RELEASE]
No mesmo ano em que o Censo do IBGE vem sendo realizado, após mais de uma década sem dados oficiais atualizados sobre o território nacional, surge o relatório, “Justiça Hídrica e Energética nas Favelas: Levantando Dados Evidenciando a Desigualdade e Convocando para Ação”, rico em dados produzidos por 30 jovens e 15 lideranças de 15 favelas em 5 municípios do Grande Rio. 1156 famílias prestaram depoimentos sobre o acesso, qualidade e eficiência da água e luz em suas casas. Os dados apresentados escancaram como o racismo ambiental, relacionado às questões hídricas e energéticas, se apresenta no cotidiano dos 15 territórios pesquisados.
Baixe o relatório: https://bit.ly/RelatorioJusticaHidricaEnergeticaNasFavelas
O Esgoto Mais Limpo do Rio Está na Favela? Vale Encantado Inaugura Biossistema e Trata Esgoto
Este vídeo foi produzido para ser utilizado pela imprensa na divulgação do biossistema do Vale Encantado. Encorajamos à mídia, parceiros e interessados a embutir o vídeo diretamente em suas matérias ou, em caso de utilizar trechos para suas reportagens, pedimos que atribuem à Rede Favela Sustentável.
O Vale Encantado, uma pequena comunidade centenária no Alto da Boa Vista, acaba de dar mais um salto como referência e incubadora de práticas sustentáveis. No dia 04 de junho de 2022, a comunidade Vale Encantado receberá jornalistas, lideranças comunitárias, e aliados para a coletiva de imprensa e o lançamento oficial da mais nova e maior conquista da comunidade até hoje: um biossistema que faz o tratamento completo do esgoto local, mantendo a floresta em torno limpa e protegendo a saúde dos moradores.
O evento será realizado na cooperativa da comunidade, também beneficiada por recentes investimentos sustentáveis através da instalação de painéis solares.
Saiba mais: https://bit.ly/ReleaseDoVale
Faça parte do lançamento e coletiva: https://bit.ly/LancamentoNoVale
O Esgoto Mais Limpo do Rio Está na Favela? Comunidade Sustentável Vale Encantado, no Alto da Boa Vista, Convida para a Inauguração do Biossistema para Tratamento de Esgoto e Painéis Solares [RELEASE]
Trinta anos depois da Eco 92, coletiva de imprensa e evento de lançamento, no dia 30 de abril, contarão com a presença de moradores e aliados que estão à frente dos projetos. Clique aqui para se inscrever. [Versão em PDF]
Trinta anos depois da Eco 92, coletiva de imprensa e evento de lançamento, no dia 30 de abril, contarão com a presença de moradores e aliados que estão à frente dos projetos. Clique aqui para se inscrever. [Versão em PDF]
O Vale Encantado, uma pequena comunidade centenária no Alto da Boa Vista, acaba de dar mais um salto como referência e incubadora de práticas sustentáveis. No dia 30 de abril, as famílias e aliados irão receber jornalistas e lideranças de comunidades do Grande Rio para uma coletiva de imprensa e o lançamento oficial da mais nova e maior conquista da comunidade até hoje: um biossistema que faz o tratamento completo do esgoto local, mantendo a floresta em torno limpa e protegendo a saúde dos moradores. O evento será realizado na cooperativa da comunidade, também beneficiada por recentes investimentos sustentáveis através da instalação de painéis solares.
Um Sonho Realizado Trinta Anos Após a Eco 92
A comunidade do Vale Encantado foi fundada no século XIX por trabalhadores nas plantações de café, antes da região ser reflorestada se tornando a Floresta da Tijuca, uma das maiores do mundo em perímetro urbano. Após 150 anos o Vale Encantado se encontrou isolado na floresta, sem poder mais ganhar a vida através da extração de recursos naturais do entorno. Hoje, de acordo com o último censo realizado pela Associação de Moradores, cerca de 100 pessoas compondo 40 famílias moram nas 27 casas da comunidade.
A história do Vale Encantado vem migrando mais intencionalmente na direção da sustentabilidade há 30 anos, desde a Eco 92 quando a mudança das políticas ambientais da prefeitura impactou a geração de renda local, que antes vinha da mineração (e antes disso do café e floricultura).
No início dos anos 2000, um dos moradores, Otávio Alves Barros, hoje presidente da Associação de Moradores e da cooperativa do Vale, com ajuda de parceiros, percebeu a necessidade e o potencial de se voltar para uma abordagem sustentável, com base no ecoturismo e culinária local vegetariana realizada pelas moradoras da comunidade aproveitando alimentos da floresta e das hortas caseiras. Aos poucos fez uso também de tecnologias verdes para poder realizar o desenvolvimento da comunidade e combater ameaças de remoção. Sempre atraindo parceiros, Otávio realizou projetos de energia solar para aquecimento de água e um biodigestor para processar restos de comida que atendesse o restaurante da cooperativa, onde recebia os turistas e servia as delícias vegetarianas. Em seguida, a cozinha do restaurante usava o gás gerado pelo biodigestor para cozinhar.
Apesar destas vitórias, a maior contaminação da comunidade no ambiente continuava. Com dificuldades para atender muitas regiões do Rio, seria difícil imaginar a concessionária chegar um dia com saneamento básico neste local pequeno e isolado. E isso afetava a qualidade de vida e a geração de renda local.
“Atuando como guia de turismo, levava os turistas até uma cascata que tem aqui. Eles perguntavam se podiam tomar banho e eu dizia que não. Isso me motivou a procurar soluções.” — Otávio Alves Barros
Trabalhadores moradores da comunidade fazem manutenção no biossistema. Foto: Douglas Dobby
Biossistema: Uma Solução Acessível, Descentralizada e Sustentável para o Tratamento de Esgoto
Em 2015, o biossistema de saneamento ecológico do Vale Encantado começou a ser desenvolvido através de uma nova parceria, desta vez com pesquisadores da PUC-Rio que ganharam um edital da FAPERJ para a construção de um biodigestor de porte e tamanho apropriado e dimensionado para tratar o esgoto de todas as casas do Vale Encantado, porém neste primeiro instante completando a conexão apenas das cinco primeiras casas.
Em 2021 a Rede Favela Sustentável* (RFS), através da organização gestora Comunidades Catalisadoras (ComCat), e o Instituto Ambiente em Movimento, através da ONG Alemã Viva Con Agua, atraíram os recursos faltantes para realizar a conclusão do sistema conectando todas as casas à rede completa de saneamento. Através desses apoios e com a parceria técnica da Taboa Engenharia, que também participou da construção do biossistema e do biodigestor do restaurante, todas as 27 edificações do Vale Encantado terão tratamento completo e ecológico de esgoto, feito dentro da própria comunidade, a partir de 30 abril de 2022.
A parte final da obra começou a ser feita em outubro de 2021 através do mapeamento do local, visitas às casas e conversas com moradores para dialogar sobre o projeto. Após essa etapa, todos os trabalhadores, moradores da própria comunidade, que atuariam como assistentes de obra participaram de uma capacitação em instalações hidrossanitárias pelos engenheiros da Taboa Engenharia. Em janeiro foi iniciada a obra. Foram feitas, pelos moradores, as instalações das tubulações ligando as 27 casas ao biossistema, e também reparos no biodigestor e na zona de raízes—tecnologia de pós-tratamento que desempenha importante função na etapa seguinte à biodigestão.
“Meu sonho é que aqui possa ser um dia um ponto turístico para gerar renda para as famílias que são mais vulneráveis.” — Otávio Alves Barros
A canalização e o tratamento do esgoto são os principais ganhos que o biossistema de esgoto gera para o Vale Encantado. Boa parte do esgoto era jogado no córrego que corta a comunidade, causando mau cheiro, maior incidência de ratos e baratas, além da contaminação das nascentes da região. Mas além do tratamento, o sistema vem gerando oportunidades para os moradores.
“Aumentou bastante a visitação querendo conhecer a comunidade que faz o tratamento de esgoto. Então, com isso, conseguimos ter passeios turísticos. Tem toda uma geração de renda com base no sistema de tratamento de esgoto.” — Leonardo Adler
1º Intercâmbio Internacional da Rede Favela Sustentável com Quênia, África do Sul, Nigéria e EUA
Intercâmbio Internacional da Rede Favela Sustentável com Quênia, África do Sul, Nigéria e EUA
29 de dezembro de 2021
LIVE ‘Controle Social das Águas, Saneamento e Privatização: RFS Discute o Encontro das Águas’
LIVE Controle Social das Águas, Saneamento e Privatização: RFS Discute o Encontro das Águas
01 de julho de 2021
A água tem sido assunto de grande atenção e debate, seja pela sua função essencial de prevenção à Covid-19, seja pela crise hídrica vivida pelo Rio de Janeiro, ou pelo debate em torno da privatização da CEDAE e do Marco Legal do Saneamento Básico. Apesar de essencial à vida, a água ainda é uma questão de luta em diversas favelas, comunidades e bairros do Rio de Janeiro.
Para debater e dialogar sobre o encontro das águas, a Rede Favela Sustentável convidou lideranças de favelas, representantes políticos, comitês de bacias, organizações da sociedade civil, universidades e pesquisadores para a LIVE: "Controle Social das Águas, Saneamento e Privatização: Rede Favela Sustentável Discute o Encontro das Águas".
O evento online ocorreu na quarta-feira, 30 de junho, das 18h às 20h no Zoom, inaugurando o formato de "aquário" nos eventos da RFS, que possibilita a participação intensa do público, contando com a participação crítica de lideranças de favelas e periferias como: Guaratiba, Maré, Pica-Pau, Rocinha, Trapicheiros, Vale Encantado, Vigário Geral, e Vila Kennedy, entre muitas outras. Contamos também com o Alexandre Pessoa (Fiocruz) como "ouriço" para estimular e informar o debate.
A Live foi idealizada pelo Grupo de Trabalho de Água e Esgoto e organizada pela Frente de Políticas Públicas Participativas da Rede Favela Sustentável.
LIVE Controle Social das Águas, Saneamento e Privatização: RFS Discute o Encontro das Águas
LIVE ‘Como as Artesãs de Favela Podem se Reinventar na Pandemia?’
Como as Artesãs de Favela Podem se Reinventar na Pandemia
18 de agosto de 2020
A crise do coronavírus está tendo um grande impacto nas artesãs e empreendedoras das favelas. As artesãs estão se reinventando durante a pandemia? Como? Qual conhecimento técnico pode fortalecer este movimento? E será que a economia solidária e sustentável pode transformar as favelas após a pandemia?
O Grupo de Trabalho de Geração de Renda da Rede Favela Sustentável convida você a participar desta aula pública com artesãs comunitárias e especialistas em economia solidária que trabalham para fortalecer o empreendedorismo sustentável nas favelas:
Alessandra Filgueira, AMAC (Duque de Caxias)
Geiza de Andrade, Agente Ambiental (Vila Kennedy)
Robson Patrocínio, PDCFMA/Fiocruz
Bruna Salvador, MALOCA (Duque de Caxias)
Clarice Cavalcante, Devas Artesãs (Maré)
Paulo Almeida, Asplande
Ana Claudia Neves, Criações By Ana (Jardim Gramacho)
Valdirene Militão, Carioca tem Arte (Maré)
Sara Dantas, Instituto de Formação Empreendedora
Moderação por Fernanda Garcia, articuladora da Rede Favela Sustentável.
Favela como Modelo Sustentável na Rio+20 / 2012
27 de junho de 2012
Princípios sustentáveis já existem nas favelas do Rio, mas são tão orgânicos que passam despercebidos. Lançado na Rio+20, o vídeo "Favela como Modelo Sustentável", realizado pela http://ComCat.org, visa iniciar um diálogo global com respeito às qualidades de bairros informais, particularmente bairros consolidados como é o caso das favelas cariocas, e o potencial de tais comunidades na contribuição para um urbanismo mais sustentável.