Educação Socioambiental na CDD: A EcoRede do Alfazendo
Iniciativa: Alfazendo / EcoRede
Contato: Facebook | Email
Ano de Fundação: 1998 / 2010
Comunidade: Cidade de Deus (Zona Oeste)
Missão: Educação para uma vida sustentável envolve uma pedagogia centrada na compreensão da vida, uma experiência de aprendizagem no mundo real que supere a nossa.
Eventos Públicos: Eventos organizados pela iniciativa podem ser encontrados na página do Facebook do Alfazendo.
Como você trabalha para criar uma sociedade sustentável em uma comunidade afetada pela falta de serviços públicos básicos, falta de investimentos na educação pública, e violência?
Durante quase toda sua vida, Iara Oliveira—uma educadora e líder comunitária na Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio de Janeiro—tem abordado essa questão. Desde sua introdução ao ativismo aos 14 anos, Iara se mobiliza e luta ao lado de outros moradores da Cidade de Deus para garantir direitos que têm sido negados à comunidade devido ao quase completo abandono do governo e a falta de prestação de serviços públicos básicos. Foram essas lutas por acesso à água, eletricidade e coleta de lixo que prepararam Iara para co-fundar e lançar o Alfazendo, uma organização comunitária sem fins lucrativos na Cidade de Deus que foca em criar e aprimorar oportunidades educacionais para jovens e adultos na comunidade.
Alfazendo começou em 1998 oferecendo aulas de alfabetização e preparatório para o vestibular para negros e pessoas de baixa renda da comunidade. Com base em sua experiência de anos de envolvimento em movimentos sociais e seu conhecimento íntimo da Cidade de Deus, Iara e os instrutores do Alfazendo desenvolveram um currículo e metodologias de ensino que são específicos às necessidades da comunidade, mas flexíveis o suficiente para serem adaptados aos diversos grupos de alunos que se inscrevem a cada ano.
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Insolar: Democratizando o Acesso à Energia Solar no Santa Marta e Além
Iniciativa: Insolar
Contato: Site | Facebook |Instagram | Twitter | Email
Ano de Fundação: 2013
Comunidade: Santa Marta e outras 14 comunidades do Rio de Janeiro.
Missão: Promover e democratizar o acesso à energia solar no Brasil.
Eventos Públicos: A Academia Insolar organiza eventos acadêmicos e palestras em universidades no Brasil e no exterior. Eventos também são realizados em conjunto com outros projetos de energia solar em andamento no Rio.
Como Contribuir: Doando ao Instituto Insolar, se voluntariando através da plataforma Atados, através de colaborações acadêmicas, e indicando investidores e patrocinadores que compartilhem da mesma missão.
Após passar um tempo significativo no setor privado, Henrique Drumond decidiu deixar para trás um ambiente de trabalho restritivo e seguir sua paixão pelo empreendedorismo social e pela inovação. Nascido e criado na Zona Sul do Rio de Janeiro, Henrique realizou vários projetos durante o seu período sabático do mundo dos negócios, inclusive um voluntariado em Moçambique. Foi lá que ele aprendeu que, mesmo com recursos limitados, indivíduos podem ter um impacto no mundo.
“Quando colocamos tecnologia, conhecimento, energia e oportunidade a serviço das pessoas, permitimos que seus talentos se revelem e se desenvolvam, contribuindo para que o nosso país atinja novos patamares de desenvolvimento socioeconômico e prosperidade para todas as famílias e para a sociedade como um todo”, diz o empreendedor social de 36 anos. Com esse aprendizado em mente, Henrique voltou para casa no Rio de Janeiro e, motivado pelo sonho de melhorar sua cidade e o Brasil, passou a utilizar tecnologia a serviço da sociedade.
Henrique se interessou pela energia solar, aproximou-se de empreendedores sociais e começou a participar de oficinas, eventualmente recebendo treinamento em uma organização sem fins lucrativos em São Francisco, Califórnia. Uma vez equipado com os conhecimentos básicos, ele fundou, juntamente com Michel Baitelli, o negócio social Insolar.
A Insolar reflete as experiências e aspirações de Henrique, que atualmente dirige a organização. Baseando-se na sua experiência no setor privado e no terceiro setor, assim como em sua formação como administrador, ele criou a Insolar como um negócio social. Entrelaçando elementos de organizações sem fins lucrativos e de modelos tradicionais de negócios, o modelo operacional da Insolar foca em fornecer energia solar às favelas do Rio de Janeiro e além. Os lucros gerados com a instalação dos painéis solares financiam a futura instalação de novos sistemas de geração de energia solar.
Como um negócio social, a Insolar destaca a importância de empoderar moradores de favelas, oferecendo programas de financiamento de baixo custo aos moradores que comprarem seus próprios sistemas de painéis solares. “Mesmo que no início a contribuição financeira dos moradores seja simbólica, a pessoa paga, por exemplo, R$40 por mês, durante alguns anos, e tem o direito de reivindicar um sistema [de energia solar] em funcionamento”, diz Henrique. Ao passo que o custo para os moradores é sempre menor do que a redução da conta de energia, eles nunca terão que pagar mais do que o valor que eles economizam. Dessa forma, os moradores não apenas investem em energia renovável como também obtém vantagens econômicas.
A Insolar, em parceria com outras organizações, também fornece programas de treinamento e certificação aos moradores, oferecendo mais de 100 horas de treinamento em quatro diferentes cursos. “Para nós, é importante não apenas trazer tecnologia, mas também trazer oportunidades, conhecimento, e treinamento”, resume Henrique. Os programas de treinamento de eletricistas e em energia solar dão aos participantes as habilidades necessárias para realizar a manutenção dos seus painéis solares e para instalar seus próprios sistemas elétricos e fotovoltaicos (tecnologia que converte a energia do sol em energia elétrica).
Ao capacitar moradores, a Insolar busca gerar benefícios duradouros para as favelas. Para ilustrar o que ele chama de “efeitos colaterais” positivos dos esforços da Insolar em compartilhar conhecimento, Henrique recorda as experiências do Marcos, ex-aluno da Insolar que colocou seus recém-adquiridos conhecimentos elétricos em uso para sua família: “Ele fez todo o sistema elétrico do salão de beleza da sua esposa, e agora ela é uma empreendedora”.
Henrique acredita que proporcionar a moradores conhecimentos necessários para manter seus painéis solares é essencial, porque voluntários não ficam para sempre, e recorrer às empresas de energia solar externas pode ser caro e, em alguns casos, inviabilizar a manutenção dos equipamentos. Apesar do treinamento envolver um investimento de tempo significativo, no final, os moradores da favela ganham uma independência inestimável. Esta independência é vital para a ampliação do impacto a longo prazo da energia solar no Brasil.
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O Museu de Favela do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho
Transformar o morro do Pavão, Pavãozinho e Cantagalo em monumento turístico carioca da história de formação de favelas, das origens culturais do samba, da cultura do migrante nordestino, da cultura negra, de artes visuais e de dança.
Iniciativa: Museu de Favela
Contato: Website | Facebook | Email
Ano de Fundação: 2008
Comunidade: Cantagalo e Pavão-Pavãozinho (Zona Sul)
Missão: Transformar o morro do Pavão, Pavãozinho e Cantagalo em monumento turístico carioca da história de formação de favelas, das origens culturais do samba, da cultura do migrante nordestino, da cultura negra, de artes visuais e de dança.
Eventos Públicos: O MUF oferece visitas guiadas à sua Galeria a Céu Aberto—um circuito turístico de casas pintadas, as Casas-Telas, que contam histórias e retratam memórias da comunidade—e uma caminhada ecológica guiada até o Caminho do Alto, que apresenta memórias da natureza e da história ecológica da favela. O MUF também organiza atividades para reunir moradores e visitantes, como: exibições de filmes no CineMUF, uma biblioteca itinerante, cursos de inglês e uma loja de produtos artesanais feitos localmente.
Como Contribuir: Participe de um dos tours oferecidos (entre em contato para marcar a data e a hora com antecedência), compre artesanato feito por moradores na loja, doe para apoiar o museu e apoie a economia local da comunidade. O MUF também está procurando voluntários e estagiários para ajudar no ensino e contação de histórias na área de recreação infantil.
Situado em um morro entre Ipanema e Copacabana, as favelas do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho têm vista para alguns dos bairros mais emblemáticos (e caros) da “Cidade Maravilhosa”. Para muitos visitantes, esse morro é o primeiro vislumbre de uma realidade distinta da paisagem mais visitada da Zona Sul do Rio, caracterizada por praias ensolaradas e hotéis luxuosos. Cerca de 20.000 moradores do Rio chamam de lar as comunidades do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho. A história dessas comunidades remonta à chegada de ex-escravos de Minas Gerais (que se estabeleceram no Cantagalo) e do Nordeste brasileiro (que se instalaram no Pavão-Pavãozinho) em 1907, servindo às áreas abaixo: isso foi na mesma época do início da urbanização de Copacabana.
Com sede em uma igreja no Cantagalo, o Museu de Favela (MUF) é uma iniciativa comunitária que visa valorizar a memória da favela, tornar sua história pública e apoiar a vida cultural local. O museu não é um local físico que pode ser destacado na paisagem. Em vez disso, o conceito é de um museu territorial: o espaço da favela se torna o foco do museu, e tudo o que está dentro dos limites da comunidade se torna parte do “acervo”, por assim dizer. Isso desfaz noções tradicionais e elitistas daquilo que constitui um museu e de quem os museus servem, afirmando que as favelas—e essas favelas, em particular—contêm tesouros de cultura e história que devem ser valorizados e preservados.
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O Teto Verde Favela no Parque Arará
Mitigar o efeito da ilha de calor urbana e purificar o ar com telhados verdes
Iniciativa: Teto Verde Favela
Contato: Facebook | Email
Ano de Fundação: 2014
Comunidade: Parque Arará, Benfica (Zona Norte)
Missão: Mitigar o efeito da ilha de calor urbana e purificar o ar com telhados verdes
Eventos Públicos: Trocas de semente, atividades educacionais para crianças
Quando Luis Cassiano Silva começou o Teto Verde Favela em 2014, moradores do Parque Arará na Zona Norte do Rio estavam céticos: “Criar telhados verdes na favela—que projeto maluco!”. O objetivo é simples: transformar uma ilha de calor urbana através de uma refrescante e calmante cobertura verde—de fato, tornando a área um lugar mais agradável para se viver. Para cumprir esse objetivo, a iniciativa busca educar moradores sobre telhados verdes e sua capacidade de reduzir temperaturas.
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O Ateliê do Hadasha em Manguinhos
It all begins with an idea.
Iniciativa: Ateliê do Hadasha
Contato: Facebook | Email
Ano de Fundação: 2010
Comunidade: Complexo de Manguinhos, Zona Norte
Missão: (1) Educar jovens através da música e criação de instrumentos musicais a partir de materiais recicláveis; (2) Fazer da arte não só uma plataforma de conhecimento, mas também uma maneira de melhorar a vida das pessoas; (3) Usar aulas de percussão para promover a capacidade dos jovens, criando maneiras alternativas de inclusão social através da arte; (4) Melhorar os relacionamentos dos participantes na escola e na família; (5) Trabalhar com o movimento de economia solidária; (6) Apoiar a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente; (7) Transformar lixo em luxo, alegria, e novas perspectivas de vida.
Eventos Públicos: O Ateliê do Hadasha vende seus tambores e apresenta música em feiras por todo o Rio, incluindo os mercados de economia solidária; tem parceria com organizações focadas em arte por toda a cidade; e oferece uma variedade de aulas de música e arte em sua sede, na Casa do Trabalhador de Manguinhos.
A história do Rio de Janeiro não pode ser contada sem música. Do samba, bossa nova e choro até o funk carioca e estilos de dança como o passinho, a história e cultura da cidade sempre produziram uma ampla trilha sonora com o potencial de transformar tanto ouvintes quanto músicos. Talvez ninguém saiba disto melhor que Guilherme Hadasha, um músico e professor que já há duas décadas se dedica à sua missão de conquistar “música para todos”, se esforçando para garantir que as artes atinjam áreas de baixa renda em todo o Rio. Um nativo do Leblon, na Zona Sul do Rio, Hadasha se mudou para a Zona Norte quando jovem e se alistou ao exército aos 18 anos, mas ele estudou e praticou música ao longo de sua vida adulta também. Com o tempo, ele diz, “a arte me chamou mais forte”.
Hadasha estudou música clássica na universidade e toca vários instrumentos, incluindo o saxofone alto e violão, mas ele sempre retorna à percussão, afirmando ser atraído pela “linguagem do tambor, que nasceu no Carnaval”. Em 1994, Hadasha começou sua primeira iniciativa “Música para Todos” e desde então tem trabalhado para desenvolver diversos projetos baseados na inclusão através da música e da arte pelo Rio. Ele realizou parcerias com instituições como a PUC-Rio e a Fiocruz, assim como com organizações locais em favelas por toda a cidade. No seu escopo já incluiu desde um trabalho com dançarinos no Teatro Municipal do Rio em uma performance que combina gêneros musicais clássicos e populares, até um projeto de transcrição focado na influência da música afro-brasileira. No ano de 2010 o Ateliê do Hadasha nasceu, na favela da Zona Norte Manguinhos, uma comunidade com sua própria história de influência musical.
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Devas – Artesãs da Maré
Construir cidadania para mulheres vivendo em situações sociais precárias e com baixo nível educacional, através da geração de trabalho e renda, e a partir do comércio justo.
Iniciativa: Devas – Artesãs da Maré
Contato: Facebook | Instagram | Email
Ano de Fundação: 1996
Comunidade: Nova Holanda, Complexo da Maré
Missão: Construir cidadania para mulheres vivendo em situações sociais precárias e com baixo nível educacional, através da geração de trabalho e renda, e a partir do comércio justo.
Eventos Públicos: Feira do Lavradio, Largo do Machado, Largo da Carioca, Cinelândia e Cidade Nova (em frente à Prefeitura).
Como Contribuir: Devas está procurando por pessoas que possam desenvolver seu website, montar uma loja online e ensinar os membros do grupo como usar as redes sociais para aumentar a visibilidade do projeto. São bem-vindos contatos e informações para apoiar os esforços do grupo e também para acessar o circuito do comércio justo na Europa.
Passando pelo Largo do Machado ou na Cinelândia, no Rio de Janeiro, você pode encontrar o mercado de economia solidária, Rio EcoSol. Lá, uma expositora vende roupas feitas inteiramente por mulheres de uma favela no Complexo da Maré, como parte de um programa social chamado Devas – Artesãs da Maré. “Quando você compra um produto nosso, você está colaborando para a condição de cidadania das mulheres que vêm da Nova Holanda“, diz a fundadora do projeto, Clarice Cavalcante.
O projeto Devas se iniciou há 21 anos na Nova Holanda, e foi fundado para apoiar mulheres que sofriam de estresse psicológico devido à violência, fornecendo um meio de gerar renda em um espaço de trabalho animado e saudável. Clarice, psicóloga por formação, explica que quando um tiroteio acontece, muitas pessoas sofrem consequências físicas, como hipertensão, dores de cabeça e ataques de pânico devido ao estresse psicológico. Estes efeitos físicos se tornam um empecilho para a autoconfiança e perspectivas de futuros trabalhos, que muitas vezes ainda são prejudicadas por condições de trabalho injustas, especialmente para costura, mas também para empregos de baixa renda em geral. É essa dinâmica de exclusão–a exclusão de oportunidades de trabalho saudáveis e empoderadores–que o projeto Devas pretende quebrar, sobretudo com o objetivo de criar alternativas para a exploração generalizada dos trabalhadores da indústria têxtil.