4ª Roda de Memória Climática das Favelas no Museu de Favela, PPG: ‘A Gente Tem que Transformar Nossa Relação com o Lixo’ [IMAGENS]
Confira a imperdível série de matérias que resumem a dinâmica da roda de memória realizada, em cinco museus comunitários, que compõe a exposição.
Leia a matéria da reveladora roda realizada pelo Museu de Favela MUF no Pavão-Pavãozinho/Cantagalo na Zona Sul do Rio, onde o impacto do lixo, junto dos eventos climáticos cada vez mais intensos, é a preocupação que reina.
Colaboradores e educadores sociais integram a Roda de Memória Climática no PPG. Foto: Alexandre Cerqueira
“Não foi exatamente a caixa d’água que desabou (em 1983). Foi o lixo. O pessoal fez uma montanha de lixo lá em cima [já que não havia serviço de coleta pública] e ela desabou… No mesmo lugar, repetiram essa montanha e ela caiu de novo. Essa montanha, que não tinha que tá lá, foi levada pela chuva forte… [a enxurrada] levou uma pedrona no caminho, e essa pedra bateu na caixa d’água, que se movimentou um pouco, e fez com que as caixas abaixo dela descessem também.” — Márcia Souza
“Todo dia eu faço a minha realidade acontecer. Sábado, domingo, feriado. É todo dia o trabalho. Tenho vergonha de ver um turista aqui e ter lixo e cocô no chão, esgoto aberto, esgoto vazando, rato de dia e de noite… O poder público sobe as favelas do Rio, mas porque não resolve? Estamos discutindo esse tema com pessoas aqui de 70 anos, 85 anos. E não sei por quantos anos lá na frente vai ter gente falando. E o poder público nada faz." — Nivaldo Moura
As Rodas de Memória Climática têm como objetivo resgatar e registrar as memórias e histórias que guardam os moradores de longa data das favelas do Rio de Janeiro, sobre o tema do clima, para que possamos enxergar formas de nos preparar para as mudanças climáticas que estão por vir. O tema tradicionalmente é raramente abordado, apesar de, como mostraram as rodas, ser muito presente no cotidiano das favelas.